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quinta-feira, 28 de junho de 2012
Entrevista de Michael Sensacional nela vc poderá conhecê-lo melhor .......
Em 2001, dentro da série de entrevistas pré-lançamento do álbum Invincible, Michael Jackson concedeu à Vibe uma entrevista que trouxe algumas revelações interessantes, como o fato de Michael Jackson gostar de ouvir Hip-Hop e Jay-Z, mas não gostava de dançar o ritmo. Acompanhe abaixo alguns trechos da entrevista que a Edcyhis traz para nossos leitores. VIBE: Como é competir nas vendas com pessoas como N’Sync e Britney Spears, jovens que nasceram no auge de sua fama?
MJ: É raro. Eu já possuía discos em #1 nos anos 69 e 70 e continuo nas listas de 2001 em número 1. Não creio que outros artistas tenham conseguido algo assim. É uma grande honra. Estou feliz, não sei mais o que dizer. Estou feliz que as pessoas aceitem o que faço.
VIBE: O que você pensa sobre a situação atual do R&B?
MJ: Não dou categorias às músicas. Música é música. Eles mudaram a palavra R&B para Rock ‘n’ Roll. Sempre o fizeram, desde Fats Domino a Little Richard ou Chuck Berry. Como podemos discriminar? É o que é.
VIBE: Você participaria do Hip Hop?
MJ: Eu gosto muito, gosto da música. Não gosto muito dessa dança. Parece que estão fazendo aeróbica.
VIBE: Como se decidiu incluir Biggie Smalls em “Unbreakable” de Invincible?
MJ: Realmente não foi idéia minha. Foi do Rodney Jerkins, um dos compositores e produtores que trabalharam no disco. Era idéia minha adicionar um rap a canção, e ele disse, “Sei quem será perfeito, Biggie”. O pus ali e funcionou perfeitamente.
VIBE: Porque escolheu Jay-Z para remasterizar o primeiro single, “You Rock My World”?
MJ: Ele surpreende, é o novo, e está com os jovens de hoje. Eles gostam de seu trabalho. Está envolvido no centro da cultura popular. Teria bastante sentido.
VIBE: O que foi para você aparecer no concerto Hot 97 Summer Jam como convidado de Jay-Z?
MJ: Somente saí e dei um abraço. Houve uma explosão de aplausos e vitórias, uma preciosa, preciosa boas vindas e eu estava feliz por ele. Foi uma grande emoção.
VIBE: Te irrita ver pessoas o imitando, como Usher, Sisqo, Ginuwine e também Destiny’s Child?
MJ: Não me importa em absoluto. Esses artistas cresceram com minha música. Quando se cresce escutando alguém a quem admiras, tendes a se parecer a ele. Quer se parecer com eles, se vestir como eles. Quando eu era criança, eu era James Brown, era Sammy Davis Jr., assim os entendo.
VIBE: Você sabia que estava criando clássicos atemporais quando estava gravando “Thriller” e “Off The Wall”?
MJ: Sim, não é por ser arrogante, mas sim. Porque reconheço o bom material quando o escuto e melodicamente, sonoramente e musicalmente ele é comovente.
VIBE: Você acredita que haja maior aceitação aos artistas negros atualmente?
MJ: Creio que as pessoas sempre foram admiradas pela música negra desde o início dos tempo, se quiser retroceder até aos cantos espirituais negros. Hoje o mercado está aceitando o feito de que esse é o som. Desde Britney até N’Sync, todos eles estão fazendo R&B. Inclusive Barry Gibb, dos Bee Gees, me disse (imitando o sotaque britânico), ‘cara, nós fazemos R&B’. Eu lhe disse ‘Barry, eu não lhe ponho etiquetas, mas é uma grande música’. Compreendo o que ele queria me dizer. Me encanta a boa música, não a cor nem as fronteiras.
VIBE: Parece ir bem a sua vida como pai solteiro.
MJ: Nunca havia me divertido tanto na minha vida. Essa é a verdade. Porque eu sou um adulto e agora consigo ver o mundo através dos olhos dos jovens. Tenho aprendido mais deles que eles de mim. Estou provando constantemente novas coisas com eles para ver o que funciona e o que não vai bem. As crianças são sempre os melhores juízes para avaliar algo. Por isso Harry Potter tem tanto sucesso, é um filme direcionado à família. Não se pode confundir aqui. Queremos um maior alcance e por isso eu tento não dizer palavras nas minhas canções que possam ofender os pais, não quero ser assim, não crescemos para ser assim. Mamãe e Joseph não diriam coisas assim.
VIBE: O que Prince e Paris escutam?
MJ: Escutam as minhas músicas e adoram a clássica, que soa em todo o rancho. Eles gostam da boa música para dança.
VIBE: Se baseando em sua experiência, como veria seus filhos convertendo-se em estrelas do pop?
MJ: Não sei como seria. Seria duro. Realmente não sei. É complicado, muitos filhos de famosos acabam sendo auto-destrutivos porque não podem viver do talento de seus pais. As pessoas sempre diziam a Fred Astaire Junior, “você sabe dançar?” E ele não sabia. Não tinha ritmo algum, mas seu pai era um gênio da dança. Isso não quer dizer que tenha que ocorrer. Sempre digo aos meus filhos, “Não precisam cantar, não precisam dançar. Sejam o que quiserem ser, de forma a não prejudicar ninguém. Isso é o principal”.
VIBE: Que artistas, do passado e do presente, têm inspirado você?
MJ: Stevie Wonder é um profeta da música. Todos os primeiros de Motown. Todos os Beatles. Sammy Davis Jr. e Charlie Chaplin, Fred Astaire, Gene Kelly, Bill “Bonjanles” Robinson – os grandes artistas, os genuínos. Quando James Brown estava no Famous Flames, era incrível. Existem muitos cantores maravilhosos: Whitney Houston, Barbara Streisand, Johnny Mathis. Realmente co, estilo. Quando se escuta uma frase já se sabe quem são. Nat “King” Cole, Marvin Gaye, Sam Cooke.
VIBE: Como esteve envolvido na seleção de artistas que performaram em seu 30º aniversário?
MJ: Não estive envolvido.
VIBE: Como é possível você ter deixado ir assim algo tão grande e especial?
MJ: Confiança.
VIBE: Qual foi sua experiência no 11 de setembro?
MJ: Estava em Nova York e recebi um telefonema de uns amigos da Arábia Saudita avisando que os Estados Unidos estava sendo atacado. Pus no canal de notícias e vi as torres gêmas caindo e disse “Meu Deus!”. Gritei por toda a passarela do hotel o meu pessoal. “Que todo mundo se levante, temos que ir agora!”, Marlon Brando estava em um lado e nossa segurança em outro. Todos estávamos ali acima, Elizabeth Taylor estava em outro hotel. Entramos no carro, mas ali haviam garotas que haviam assistido ao show da noite anterior e se puseram a chamar pelas janelas, correndo rua abaixo, gritando. Os seguidores são tão leais! Nos escondemos em Nova Jersey. Foi incrível, eu tive um susto de morte.
VIBE: Mudando de assunto, o que você faz para se divertir?
MJ: Gosto de guerras de bombas de água. Temos aqui um lugar para batalhas do tipo, com equipe vermelha e azul. Temos lançadores e canhões, você se molha ao fim do jogo. Há um marcador e a equipe que conseguir mais pontos ganha. Se tenho que fazer qualquer tipo de esporte, tenho que avaliar. Não jogo nada como o basquete ou o golf. O basquete é muito competitivo, igual ao tênis; fazem que você se enoje. Não me meto com isso. Deveria ser terapêutico. Também gosto de parques de diversões, estar com animais, coisas assim.
VIBE: Você tem alguma fantasia ou algo que gostaria houvesse em sua vida?
MJ: Eu gostaria que houvesse um dia internacional das crianças, em homenagem aos nosso filhos, porque a unidade familiar está se quebrando. Há um dia da mãe e um dia do pai, mas não há um dia da criança. Significaria muito, se realmente fosse possível. A paz no mundo. Espero que a próxima geração veja a paz ao mundo, não da forma que estão as coisas agora.
VIBE: Alguma vez cantar deixou de ser uma diversão para se converter em um trabalho?
MJ: Sempre tem sido divertida. Até quando caio doente, sempre me divirto. Adoro cantar.
VIBE: Muitos de nós o vemos como uma figura histórica, um inovador que fixou um estandarte que realmente existe. O que Michael Jackson fará agora?
MJ: Obrigado, obrigado. Tenho um profundo amor pelos filmes e quero ser pioneiro e inovador neste meio do cinema, escrever, dirigir e produzir filmes para conseguir um entretenimento incrível.
VIBE: Que tipo de filmes? Você está buscando guias?
MJ: Sim, mas ainda não terminei nada.
VIBE: Em algum momento você se sente só?MJ: Sim. Se estou no palco, me sinto bem ali. Mas se pode ter uma casa cheia de gente e sentir só em seu interior. Não me queixo, porque acredito que é bom para o meu trabalho.
VIBE: Você falou sobre a inspiração para escreve “Speechless”. É adorável.
MJ: Te surpreenderia. Estava com essas crianças na Alemanha e fazíamos uma grande batalha de bombas de água, eu falo sério, e estava tão feliz depois da batalha que corri acima na casa e escrevi “Speechless”. Me divertir me inspira. Odeio dizer, mas é uma grande canção romântica. Mas saiu de uma guerra de bolas. Estava feliz e escrevi ela completa ali mesmo. Senti que seria suficientemente boa para o disco. Da felicidade vem a magia, a admiração e a criatividade.
VIBE: Você coleciona algo?
MJ: Gosto de tudo que tenha a ver com Shirley Temple, “Little Rascals”e os Three Stooges. Gosto de Curly. Gosto tanto que fiz um livro sobre ele, entrei em contato com sua filha e escrevemos o livro juntos.
VIBE: Há algo que você queira dizer aos leitores da VIBE?
MJ: Adoro Quincy Jones. O amo realmente. E também quero dizer aos leitores que não julguem as pessoas pelo que ouvem ou pelo que lêem, até que escutem a pessoa diretamente. Há muito sensacionalismo de tablóide. Não sejam vítimas deles, é muito feio. Eu gostaria de pegar todos os tablóides de queimá-los. Quero que publiquem isso! Alguns tentam se sobressair, mas seguem sendo tablóides.
VIBE: Para finalizar, como você canaliza sua criatividade?
MJ: Não a forço, deixo a que a natureza siga seu curso. Não me sento no piano e penso “vou escrever a melhor canção de todos os tempos”. Isso não acontece. Tem que ser algo que lhe seja concebido. Creio que já está ali antes de você nascer, e então cai em teu regaço. É o mais espiritual do mundo. Quando chega, vem com todos os acompanhamentos, as cordas, o baixo, a bateria, a letra, e você só é um medium através do qual chega o canal. As vezes me sinto culpando pondo meu nome nas canções – “escrita por MJ” – porque é como se o céu já as houvesse feito. Como Michelangelo tomasse um grande bloco de mármore das minas da Itália e dissesse ‘dentro há uma forma dormindo’. Ele tomou o martelo e o pincel e o descobriu. Já estava ali.
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